
Foto: Rafael Happke (Divulgação)
O embaixador argentino Rafael Grossi fechou o evento destacando as pesquisas no setor
Durante dois dias, o Centro de Convenções da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) foi palco de discussões, debates e aprendizado sobre a era nuclear. O Seminário Internacional América do Sul na Era Nuclear: Riscos, Desafios e Perspectivas trouxe três instituições reconhecidas com o Nobel da Paz, além de representantes de outras entidades internacionais. Ao todo, 22 palestrantes que atuam diretamente no setor, de países como Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai, protagonizaram a discussão com todas as organizações internacionais que se preocupam com a proliferação de armas nucleares e com os setores envolvidos diretamente na pesquisa sobre a energia nuclear. Esse foi o primeiro evento na América do Sul que debateu essas questões.
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Um dos destaques, hoje, foi o embaixador argentino Rafael Grossi, que falou sobre o panorama global dos esforços de desarmamento e não proliferação de armas nucleares, fechando a programação do evento. Grossi tratou sobre as diferentes origens e aplicações da energia nuclear.
- Por um lado, existe a geração de energia elétrica, como acontece no Brasil, na Argentina e no México, e em muitos outros países do mundo. Apesar dos acidentes nucleares que já aconteceram, a energia nuclear continua sendo um importante aporte enérgico para muitos países. Ao mesmo tempo, importantes aplicações científicas ganham espaço, trazendo muitos benefícios para a medicina, agricultura e outras atividades. Em paralelo, a energia nuclear tem uma dimensão estratégica e é importante refletirmos sobre a possibilidade de uso das armas nucleares - explicou Grossi, que é embaixador da Argentina para a Áustria, Eslovênia e Eslováquia.
IMPACTOS LOCAIS
A América do Sul é uma área livre de armas nucleares, inserindo-se como uma região que defende os tratados de não proliferação desse tipo de armamento. Porém, não está imune às consequências de confrontos nucleares, mesmo que distantes.
- O Brasil não tem arma nuclear. Temos parceria com a Argentina, poderíamos ter sido concorrentes, mas escolhemos ter cooperação - acrescentou.
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Rafael Grossi esclareceu também questões sobre o desenrolar das negociações do Tratado de Proibição de Armas Nucleares e destacou a colaboração entre Brasil e Argentina com relação às pesquisas sobre os usos de energia nuclear.
O embaixador argentino é o principal candidato à presidência da Conferência de Revisão do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), agendado para 2020, em Nova Iorque, um acordo internacional que visa a impedir a disseminação das armas nucleares e alcançar o desarmamento nuclear.
Embaixadores, diplomatas, pesquisadores, autoridades e estudantes participaram do evento. A estudante Fernanda Mariani Debus Hoffmeister, 21 anos, do 6º semestre de Engenharia Química participou nos dois dias.
- Atualmente, tem se falado muito sobre energia nuclear, então, eu busco uma abrangência de conteúdo. Achei muito interessante esse momento da Universidade, de trazer tantas pessoas importantes. O Rafael (Grossi) tem um grande conhecimento, e eu quis muito assistir, porque sabia que ele iria acrescentar em diversas coisas - avaliou Fernanda.